se esparrama pelo chão,
a menina quando dorme
tem sinusite,
pernas nervosas,
dores no ouvido.
A rima
esse desejo obtuso
de dar importância
a vida sem graça.
Sinceramente,
é a rapidinha
da poesia.
E você se perde
em construir
um final da frase
e abre mão do espaço
para reflexão.
Deixa a poesia bonitinha
mas ordinária.
Pois bem,
voltando ao inicio...
Dona batata
já estava saturada
do esparrame todo
de opiniões.
Muito calórica,
poucos nutrientes,
nível médio de toxidade,
rainha do fast food.
Resolveu ir a luta
pela sua dignidade.
Doou altas somas
para pesquisas
de alimentos,
juntou receitas,
buscou sua importância
na linha do surgimento
da humanidade.
Então
depois de muito causo,
custo, cansaço,
veio a descoberta
e a recompensa.
Tem quercetina,
antioxidante
capaz de inibir
tumores de mama.
Tem triptofano e litio
que agem
nos quadros
de depressão.
É rica em fibras,
vitamina C e todas do B,
principalmente B16
que atua na formação
das células do organismo.
Reabilitada e satisfeita
finalmente voltou
a se integrar
a sociedade
de cabeça erguida.
Então batatinha quando nasce
se esparrama pelo chão
e a menina quando vai
ao McDonald's
se nutre
e diverte de montão.
Pronto...tai sua rima,
agora é poesia.
San, 14/03/13
