Saberei me soltar quando for a hora?
Tranquila, feliz, satisfeita, despreocupada?
Ou ainda ficará em mim um prego do cotidiano,
a me segurar, puxar,
impedir voos muito mais longos?
impedir voos muito mais longos?
Num dia eu vi seu rosto,
não era feio
como o medo de todos
faz crer,
era tão belo,
tão suave, paciente, risonho,
passando pela minha cama.
Meu coração não ficou em pânico,
meu corpo não ficou hirto,
senti um calor ameno,
uma sensação confortável,
parecia um abraço.
Desde então eu sei
que em algum lugar
eu sou muito amada,
muito mais
do que poderia ser aqui,
nesse cubiculo material,
nesse universo de ilusão.
Saberei me entregar quando for a hora?
San, 08/03/13