terça-feira, 19 de março de 2013

Poesia da bala


Foram cinco horas de espera no pronto socorro
e finalmente quando vagou um médico
veio logo a pergunta:

- O que lhe acomete cidadão? 

Fui baleado no coração Doutor,
foi certeiro,
eu senti quando pegou lá no fundo.

Tira a camisa,
vira, revira, olha, ausculta,
tira as calças...ops...por que?
tira a meia e olha o dedão...

Não entendi porque do dedão!

O doutorzinho olha,
novinho o moço,
quase nem barba tinha,
olha e suspira,
suspira e escreve,
escreve e olha novamente,
baixa a cabeça e pega a receita,
pega a receita e me entrega.

Vá para casa,
faça uma compressa quente no local,
não tome friagem,
mantenha coberto,
coloque um emplastro,
não faça esforço por 3 dias,
não coma comida gordurosa,
não beba
e durma somente de barriga
para cima,
aspirina de 6 em 6 horas.

Mas Doutor
meu coração
vai sarar?

Sarar?
Esta doido é?

Você é brasileiro!
Já basta seu coração sobreviver!



San, 20/03/13