quarta-feira, 20 de março de 2013

Gesto estanque


Não serei mais
aquele que aponta
o que o alheio
se nega a ver
e considerar.

Minha resposta
é um gesto estanque.

Não darei meu tônus vital
para usurpadores,
a verdade é impudica,
sempre uma afronta.


Você tenta me alcançar
com sua língua venenosa,
me marcar com crenças corrosivas
que rastejam em ideologias escabrosas.


Não lhe escuto,
não lhe considero,
não lhe perdoou,
não alimento sua fome
de transtorno.

Receba de mim apenas
o gesto estanque,
corpos distantes,
sem nenhum consolo.

San, 16/06/2011