terça-feira, 16 de agosto de 2011

TANGO


Voltei a ti corpo ardoroso,
nos teus volteios recebo essa graça
do prazer que ultrapassa o meu tempo
e com intento eu me quedo a este delírio
sem flagelo eu giro em teus braços.

Sou uma bela folha ao vento,
mulher livre apaixonada,
empurrada pela vida em movimento.

Voltei a ti ardoroso corpo,
aos teus desejos longos claudicantes
que eu ensejo ocupar breves instantes
e sem intento eu me quedo novamente
ao seu desejo que se pronuncia vil.

Sou uma flor que se esmaga neste passo,
mulher louca enciumada,
no compasso dos corações servis.

Voltei a ti corpo ardoroso,
e de tão moço já não sei o que tu fez
pois aquele que em silencio me mentia
agora amores grita de emoção.

Eu não quero acompanhar o movimento
não sei mais dos seus volteios sensuais,
minha perna bambeia de antemão,
só me recordo da musica tão triste
como triste sempre foi meu coração.


San, 16/08/11