Voando em espiral,
resvalo meus pés
na beira dos abismos
sensoriais,
desejos e escolhas
do mundo material.
Um dia já estive aqui,
não estava perdida,
foi daqui que eu saí
mas não poderei voltar
até que cicatrize a ferida
e saia essa mancha funda.
Mas em sonhos
eu sou tragada
pelo seu canto
e novamente eu sou
aquele ser
sem qualquer importância,
mas feliz,
aquele eu não distraído,
não perdido,
aquele que sabia
pouco e tudo,
que apenas abria uma pagina
de um imenso livro
e tudo estava resolvido.
Agora sou uma folha
girando ao vento,
mas às vezes o vento
me traz seu canto,
e eu me reconheço.
San, 12/08/11