Todos os dias eu falo
que preciso muito me sentir melhor,
mas me arrasto para fazer
aquilo que me faz bem
a longo prazo.
Eu temo e fujo e evito
as coisas boas que produzirão
transformações positivas.
Os pequenos e diários vícios
pratico, dou vazão, obedeço,
nem um minuto me esqueço,
sem pestanejar realizo
aquilo que me faz mal.
Algo que realmente
me torne mais feliz, coesa
eficiente, menos carente,
mais criativa, equilibrada,
tranquila, com objetivos claros
disso eu fujo, arranjo desculpas.
A iluminação pode ser uma dispersão,
da identidade e identificação material,
ego, sonhos, realização própria?
Ou o efeito do crescimento levaria
ao ponto inicial do nascimento
com seus motivos, segredos,
perspectivas milenares?
Me perdendo ou me encontrando,
qualquer uma das alternativas
me faz temerosa e reticente.
Eu quero,
juro que quero,
mas não consigo.
San, 03/05/2015