Às vezes a poesia cansa de esperar
minha escolha do melhor momento.
Depois do almoço, ao fim das tarefas,
no começo da noite, após a meditação.
Então ela arranca as portas e janelas
e não tenho mais como impedir sua invasão.
A poesia vem com seu pé de cabra,
taco de beisebol, soco inglês, gilete, arame,
mascando algum tipo de alucinógeno,
coberta de pinturas de guerra,
linda e temerosa,
intensa e sem vergonha.
Depois...
Depois volta a mão frouxa,
a mente empapada,
as letras cansadas,
o coração disperso,
as ideias inconstantes.
Onde ela estará atacando hoje?
San, 04/05/2015