Submerso no meu ponto confortável
aceitando a mesmice do provável
mastigo as soluções costumeiras
espiando a margem da vida inteira
Não sonhe, não deseje, não permita!
Acostume-se a viver na berlinda.
Tenho dezenas de olhos cegos
bocas tortas que só sabem murmurar
e encostada na parede uma guitarra velha
que antes costumava dedilhar.
Não deseje, não sonhe, não permita!
Tem muitos perigos essa vida!
Um dia certamente não acordarei
e tudo será facilmente resolvido
nas paredes as imagens que eu deixei
poderão enfim ser removidas.
Não deseje
Não sonhe
Não permita
Superar essa estupida vida!
San, 24/05/2015