domingo, 24 de maio de 2015

Submerso


Submerso no meu ponto confortável
aceitando a mesmice do provável
mastigo as soluções costumeiras
espiando a margem da vida inteira

Não sonhe, não deseje, não permita!

Acostume-se a viver na berlinda.

Tenho dezenas de olhos cegos
bocas tortas que só sabem murmurar
e encostada na parede uma guitarra velha
que antes costumava dedilhar.

Não deseje, não sonhe, não permita!

Tem muitos perigos essa vida!

Um dia certamente não acordarei
e tudo será facilmente resolvido
nas paredes as imagens que eu deixei
poderão enfim ser removidas.

Não deseje
Não sonhe
Não permita
Superar essa estupida vida!


San, 24/05/2015