Eu não quero sua felicidade
eu quero minha própria liberdade.
Aquilo que lhe choca,
que lhe toca,
que pode ou não entender,
degustar, deglutir,
não me interessa.
Cansei de viver nos preâmbulos,
cercada por sonâmbulos,
somatizando farpas,
cuspindo flores mortas,
coxeando mentalmente,
sem me opor as correntes
que seguram essa casa
semi destruída.
Não posso negar
que muitas vezes
desejei a facilidade,
da conformidade,
o torcicolo social,
a exponencial burrice
que faz qualquer capim
ser o manjar da vida.
Não quero seu sorriso flácido,
seu tapinha no ombro,
sua aceitação tácita,
seu condicionamento incondicional.
Não quero que seja meu patrão,
guia, guru, conselheiro,
pastor, life coaching,
não quero mais qualquer intercessão
para permanecer na prisão
da ilusão coletiva.
San, 23/03/2015