Sublevanto o terror inenarrável
criado pelo ser humano
com seu apego, ira,
cobiça, destempero.
Porque aquilo que foi parido pela morte
não pode realmente apodrecer.
E aqui me coloco dedo em riste
em rosto tranquilamente triste
como uma seta a apontar
os resíduos tóxicos da afronta
da real humanidade.
Somos agora esse amontoado
de erros hiperbólicos,
inflados pelo ego,
inflamados pela incoerência,
soterrados pelo medo.
E incomoda incomodar
o que é comodo aceitar.
Mas é preciso um berro
para vibrar nos recônditos da inteligência
nos livrando desse estupor maligno
que permite a extrema violência.
Este abuso com alegria confesso
participo e faço manifesto
da minha sedição.
San, 22/03/2015