Seguro a lembrança como uma bola
e a fico quicando entre as horas
do dia e das imagens soltas
Antes me perguntava sem fim
POR QUE FIZ ASSIM?
Me atormentava do entardecer a noite
mastigando substâncias de ilusão
Agora suspiro fundo
uma, duas, dez vezes se preciso
e continuo em direção a outra coisa
deixando que as coisas antigas
voltem para o limbo
do pensamento
Seguro as lembranças como uma bola
um urso de pelúcia velho e gasto
uma boneca sem olho muito amada
Algo que perdeu a cor, o cheiro, a função
mas ainda tem precisão para a criança
que se refugia nas montanhas geladas
San, 19/02/2018