Me encolho de frio
deitada sobre o tapete velho
Mesmo sem sua presença
não me levanto
Tenho medo dos seus olhos maus
que me vigiam
espalhados pela casa
desejosos da minha punição
excitados pela recompensa
Não sei o que fiz de tão ruim
além de ter nascido de você
Não sei o que posso fazer
para consertar
tal fato irrevogável
Quase como um feto
boio agora no tapete mofado
rezando pelo momento
de não mais existir
San, 21/02/1971