terça-feira, 17 de novembro de 2015

A ditadura do amor


É um estorvo quando as coisas perdem o frescor,
se tornam rotina, convenção, tarefa obrigatória,
perdem a espontaneidade, a graça, a surpresa.

Muito mais um relacionamento amoroso,
que precisa de rompantes, frisson, fantasia,
de espaço para mudanças mesmo malucas.

Mas, tudo tem um mas evidentemente....

Mas quando algo é muito vago, incerto, aéreo,
essa inconstância cria uma fragilidade
na capacidade de entrega e confiança.

Porque queremos a aventura e a comodidade,
a paixão inesperada e a segurança, 
o errado de uma forma certa,
o alívio rápido que dure para sempre.

Então mesmo o amor se torna chato,
um trabalho diário ao qual nos submetemos
se queremos a tranquilidade de não envelhecer sozinho.




San, 16/11/2015