terça-feira, 10 de novembro de 2015

Ainda tudo...


Me desculpe pelas palavras doloridas,
jorrando rápidas e ríspidas,
como navalhas voadoras
magoadas e alienadas
das consequências

Não consigo sentir um NÃO,
pensar que existe uma parede
logo mais a frente
a impedir de continuar
minha caminhada,
mesmo que agora esteja parada
não posso conviver
com a mera possibilidade de algo
atar meus movimentos.

Limites foram feitos para proteger
mas os que eu experimentei
foram estabelecidos para me manter
presa a uma cadeira num quarto vazio
em frente a uma televisão desligada
respirando baixinho
sem suspirar

Me desculpe reagir como um gatilho
dar esse tiro no passado
e atingir nosso presente
me desculpe ser ainda raivosa
assustada e inconsciente
incapaz de dominar
apaziguar e curar 
a Sandra agredida




San, 10/11/2015