uma caixa
de anotações,
poesias,
lembranças,
musicas,
lágrimas,
rabiscos
e perguntas.
Em volta
a ausência
de luxo,
desejo,
marca,
ostentação,
ego,
excesso.
Em todo canto
a suave presença
do vento,
incenso,
tranquilidade,
livros,
pedras,
conforto,
cheiro de mato.
Deixo
pequenas coisas
que ocupam
grandes espaços
emocionais,
e um silêncio
que transmite
um conhecimento
antigo.
Tudo isso é memória
de quem não fez história,
não teve uma vida extraordinária,
relevante, exuberante, diferente,
que vale a pena ser lembrada
por toda gente,
alguém que não virou
nome de rua ou estrada,
feriado ou ponto facultativo.
E ao ver minhas coisas
talvez entenda meu juízo
ou falta,
ao olhar as páginas
sinta a vida que se revela,
triste, doce, melancólica, cálida,
a reconhecendo ou desprezando,
entendendo ou ignorando,
aceitando ou rejeitando.
San, 13/04/2015