No outono
brotos de grevíleas
surgem na minha face,
folhas se espalham
pelo meu pescoço.
Minha cabeça
vai se alongando,
arredondando,
sendo tecido
um grande ninho.
Sento e espero
o pouso das poesias.
Elas virão
junto com o vento frio
que assobia
e faz tremer as janelas,
um pouco antes das garoas.
Deixo na mesa ao lado
canetas, revistas, cadernos,
algumas fotos, lápis, livros,
um bule de chá quente.
Aguardo o pouso
do canto da vida.
San, 19/04/2015