segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Limitações


De repente minha vida 
pode ser muita limitada ou limitante,
mesmo que eu seja criativa,
forte, determinada, positiva,
mesmo que eu não seja uma imbecil,
talvez mesmo por causa disso.

Quero crer que não existe um plano,
não existe uma meta pré-determinada,
mas acabo sucumbindo a evidências
deixadas pelas pistas constantes
de que há uma razão,
por mais absurda que pareça.

Então eu descubro
para meu próprio espanto
 que preciso da limitação,
preciso da queda, da doença, 
da perda, da dor constante,
não porque deseje me martirizar
ou me punir, ou chamar a atenção,
fazer da minha vida um dramalhão.

Surpresa!!! Exatamente o contrário!

Eu preciso da limitação,
queda, doença, dor constante,
para estar ali,
numa cama de hospital,
sem nada a fazer,
sem nenhum lugar a ir,
e poder ir para dentro de mim mesma,
nos milhares de lugares e formas
criados e habitados
 pela minha mente.

Porque é somente lá
dentro da mente
que determinamos,
escolhemos, acreditamos 
e plasmamos
nossa vida exterior.

O viver lá fora
é consequência
do viver lá dentro,
da forma e direção
desse viver lá dentro,
do desejo e expectativa
desse viver lá dentro,
dos medos e necessidades
do viver lá dentro.

Tal qual um investigador
sou arremessada constantemente
a cena "do crime" para analisar
de onde vemde que forma
para que e quem,
para enxergar os nuances,
para ultrapassar o óbvio,
para chegar ao âmago.




San, 07/09/2015