segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Do lugar de bater as botas


Não estou numa trincheira
na primeira guerra,
mas ultimamente tenho pensado
no lugar que gostaria 
de bater as botas.

Bater as botas
para quem é abestado de jovem
e não conhece mesmo o termo
é ir para a terra do pé junto,
comer minhoca pelo avesso,
espichar as canelas,
ir desta para a melhor,
vestir o pijama de madeira
estar a 7 palmos
ou melhor esclarecendo
MORRER.

Porque nascer no Brasil
foi escolha dos meus pais,
viver no Brasil
foi impossibilidade minha,
e onde morrer pode ser
uma bela escolha,
daquelas que a gente faz
quando começa a acreditar
que somos nós mesmos
os executores da nossa sina.

Então tenho pensado
em muitos lugares...

Itália é claro!
voltando para a terrinha...

França em alguma região
com ótima comida
e muita arte...

Nova Zelândia,
um instante de suspiro
de ousadia
antes do final...

Desertos...
Arizona, Austrália.

Suprema beleza,
Vermont, Hawaii, Monte Fuji...

Natureza Selvagem...
Canadá, Alasca, Russia,
qualquer coisa como cair
e já ser deglutida por um lobo...

Então fico repassando
entre conforto 
ou aventura,
estabilidade
ou surpresa.

São planos para daqui a 12 anos,
supondo que viverei tanto assim,
coisa que pela minha atual situação
ou a mesma situação de toda vida
sugere um tanto de precariedade,
mas supondo...12 anos...
me vejo feliz,
finalmente feliz,
em algum outro lugar
do mundo.

Minha vida até aqui
foi toda entremeada pela morte,
então próximo a morte
quero mergulhar na vida.




San, 14/09/2015