terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Poetry

Sou uma criatura
de palavras,
fermento do bolo,
coalho do leite,
tempero da sopa,
doce do suco.

Sou uma criatura
de palavras,
bonitas,
estranhas,
amistosas,
indelicadas,
famigeradas,
assepticas.

Sou uma criatura
de palavras,
me alimento delas,
as alimento,
as mastigo, saboreio,
floreio, cuspo, reinvento,
paro e observo,
absorvo.

Palavras existem que não me suportam,
se escondem, me ignoram, me agridem,
outras me amam, acalentam, paparicam, procuram,
algumas absurdamente me acusam
de ladra, embusteira, melindrosa, fanfarrona,
adultera das substancias
que fazem o cerne das palavras.

Sou uma criatura estranha,
sofro as consequencias.


San, 26/02/13