quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dramática


Geralmente sou tão dramatica
quanto um filme noir dos anos 40,
só que estou em 2013
e isso é considerado bem ridiculo.

Descompensada,
é o que eu vejo nas entrelinhas,
descompassada
é como sinto minhas emoções.

Acelero até 1.500 e de repente paro em 5,
indo da pura excitação
e ansiedade
a descrença e nulidade.

Preocupada que sou em estar limpa,
cheirosa e macia,
acabo ficando dois dias
sem tomar banho.

E por que?

Essa questão me consome,
e como uma vela que vai chegando no finalzinho
derramo por todos os lados,
na familia, nos amigos, nos vizinhos,
até mesmo nos desconhecidos,
queimando, machucando ou incomodando.

Um dia uma pessoa tão facil,
disponível, objetiva, calma, alegre,
no outro um cacto,
fechada, calada, nervosa, taciturna.

Amo o planeta, odeio o mundo,
preciso das pessoas, renego o ser humano,
quero me exibir, não deixo ninguem me conhecer,
gosto de mim mesma, recuso minha identidade.

Não, não é facil me suportar,
quanto mais me entender,
não tenho bula como os remédios
e se tivesse as contra indicações
e efeitos colaterais
tomariam a maior parte da informação.

Tem horas que não sei para o que vim
e me sinto boçal, banal, frugal,
em outras esta tudo esquematizado
na minha mente,
sou genial, soberba, unica, formidável.

E passo de um tom para outro
em poucos minutos,
ouvindo uma musica,
conversando,
vendo um filme,
lendo um livro,
coisa louca.

É como se eu não tivesse um fundo,
então vou caindo pela vida,
vivendo todas as experiências
ou sensações
até as que não são minhas.

Enfim cavei os bolsos culturais,
médicos,
existenciais,
psicologicos,
artisticos
e descobri um tanto de gente
mais ou menos assim,
pessoas que eu considero
no minimo
desajustadas.

Talvez seja isso,
eu tenho tentando a muito tempo
me ajustar na roupa errada,
da forma errada,
na hora errada,
tudo esta certissimo
mas em outra dimensão.


San, 13/02/13