Fomos separados por um grande mar,
e muitas discórdias,
juntados pela determinação
e fortes histórias.
Pequenas mãos calejadas
carregando grandes panelas vazias,
rostos tristonhos, cansados, vincados
guardando coragem e dor.
Gente que perdeu a terra,
amor, mãe, bandeira,
mulheres carregando
pequenas trouxas,
roupas de filhos mortos.
Minha vida é a pintura
de suas esperanças e tormentos,
minhas lagrimas as centenas
daquelas que nunca
foram vertidas,
minha boca canta
a canção da partida.
E eu estou aqui,
sobrevivi,
carrego todos os pesos,
vivos todas alegrias,
respondo todas as perguntas,
como em todos os pratos,
e me farto,
da vida que me foi presenteada.
San, 04/02/13