numa antiga estação
que ia do mundo sem graça
até seu coração.
Ele ia devagar
como os trens de didai,
os trens que a muito não via,
mas que apitam por aqui.
Mas era um trem cheiroso,
não duvide disso não,
cheirava gente viva,
cheiro de imensidão,
tinha cheiro de broa,
de risada também,
tinha cheiro de avó,
de amiga de além.
E cada porto parado
ele vinha apitando,
tudo me estremecia,
e no livro que eu lia
uma pagina perdia
e isso nunca acabando.
Por fim alguem de leve
veio me sacudir
pois meu destino eu passei
isso que fiquei a dormir,
e agora estou meio perdida
no meio de um mato sem fim,
e o seu coração que é bom
esta longe de mim.
San, 06/07/2005