São eles que me dirão
onde estou,
para onde vou,
quem eu sou,
aqui o que faço,
são eles que me dirão.
Não sei ler faces,
emoções, pequenos tiques,
gestos significativos,
olhares amigos, educativos
ou afrontosos,
não os compreendo.
Até presto atenção as palavras ditas
mas elas vem e voltam de forma imprevista
ora afirmando e depois negando na totalidade
solicitando ou exigindo na mesma proporção
concedendo ou roubando com a mesma variável.
O ser humano ao vivo e a cores é tão complicado!
E a palavra escrita pode ser relida
flexionada mentalmente até encaixar num canto,
seguir uma corrente, assumir seu tanto,
e enquanto você as observa no papel
elas não se sentem importunadas,
abusadas, cutucadas, ultrajadas,
aduladas, admiradas, atiçadas,
elas continuam fazendo o que fazem
se mantendo na mesma frase
sem mudar sua forma tradicional.
São eles que me dirão...
San, 17/12/2015