Antes de tropeçar
agarre minha mão
iremos juntas
rindo-chorando
olhos-abertos-fechados,
estarrecidas.
Cair nem sempre é uma descida.
Quando sentir
que não cabe no mundo
venha até minha casa
que eu lhe escondo
numa fresta de livros,
sofás e sonhos tolos
e deliciosos.
Não sou alguém
que carrega uma placa,
não sou também
aquela que lhe manda
não ser fraca.
Trago cravado em meu corpo
as farpas-tatuagens
das longas batalhas,
hoje são as migalhas
que as crianças assustadas
vem buscar,
que os loucos sem afeto
vem examinar.
Cair às vezes é uma subida.
E quando você crescer
farei um bolo,
bateremos palmas,
juntas cantaremos
uma canção,
de reconhecimento,
e dançaremos algo antigo,
fazendo novos
juramentos.
San, 22/07/2015