terça-feira, 14 de julho de 2015

Ao mar


A vida balança tanto que dá enjoo.

A melhor coisa é ficar em casa em paz
e não precisar lidar com ego alheio.

Cansa ficar tão cheia de cuidados
com a sanidade dos outros
enquanto eu mesma estou 
na vigésima quinta implosão.

Por que me obrigo a ser assim,
tão atenciosa com quem
nem se lembra de mim?

Por alguns minutos a vida é boa,
coisa pouca que nem de longe paga
as horas já vividas,
as horas perturbadas.

E esse vazio que vem depois
como se perdesse toda energia,
essa tristeza, essa mágoa, essa raiva
de quem me esvazia.

Esse vazio que me pede - PARE!

Esse vazio que me grita - CHEGA!

Esse vazio que me implora - TENTA!

A vida balança tanto como um barco tosco
num mar bravio que eu não controlo,
com pessoas que não tenho apreço,
com uma intenção que eu não conheço.



San, 14/07/2015