O absurdo é persistente em me procurar,
e pior que eu o encontro em todo lugar,
fazendo coisas humilhantes e rasas
como se fossem grandiosas e raras.
E como ele se anima,
como ele acredita
em si mesmo!
O absurdo é bem prolixo,
pior que não tem um roteiro fixo,
fala de tudo sem relevância
emendando frases sem respirar,
misturando assuntos totalmente estranhos
como se fossem da mesma estirpe.
E como ele se multiplica,
como ele se diverte
com qualquer coisa!
O absurdo inverte qualquer bom senso,
dá peso ao que é bobo e insipiente,
esquece aquilo que é consistente,
e faz da vida um estranho pôquer,
em que todas as cartas já vem viradas.
San, 03/10/2015