sábado, 17 de outubro de 2015

Eu não assisto filmes de terror


Eu não assisto filmes de terror.

A vida real já tem terror suficiente,
 eu não preciso acrescentar mais nada.

Aqueles que assistem 
com certeza devem viver 
dentro de uma bolha de normalidade, 
alienados da história do mundo 
e do que se passa na atualidade.

Ou então já estão com a mente 
tão afetada pela gosma 
da violência e carnificina 
que precisam de um dose extra 
para se sentirem 
"dentro dos padrões".

Hoje li a notícia que agora na Índia 
meninas de 2 a 5 anos 
são vitimas de estupros coletivos.

Se isso não for terror suficiente 
eu nem sei mais o que é preciso 
para se sentir enauseado, 
assustado, raivoso, desesperado.

Estamos em 2015 
e crianças são vendidas  
para casas de prostituição, 
rede de pedofilia, 
como escravos domésticos,  
para mendicância 
e outras porcarias nojentas 
que a mente humana 
consegue inventar.

Os seres humanos fazem guerras 
para vender armas 
e dar vazão as suas taras 
e desejos assassinos.

Os seres humanos 
classificam outros humanos 
para dizer quem merece e pode viver 
e quem deve morrer.

Os seres humanos inventam religiões 
que contém ideias perniciosas
e seus deuses são igualmente maus,
sedentos por sangue.

Os seres humanos 
criam produtos 
que os fazem sentir vazios,
perdidos, desorientados,
isolados e afastados
da intimidade real.

Os seres humanos 
matam até "por amor", 
conceito horripilante.

A cada dia a mente humana 
se torna mais sombria, 
descontrolada e maligna.

Nenhum filme de terror 
consegue chegar perto 
do absurdo da realidade.



San, 17/10/2015