Aconchego é algo tão precioso,
ao mesmo tempo tão mal entendido,
super ou sub estimado,
irreconhecível na sua forma pura.
Um abraço silencioso no momento mais assustador,
um telefonema no final semana para escutar o outro,
uma carta singela com um cartão de melhoras,
ouvir atentamente sem aparte ou julgamento,
repartir metade do pão de queijo e um gole da tubaína,
atravessar a rua junto com alguém que tem os passos lentos,
parar realmente atento para dar uma informação,
comer a comida preparada pela mãe/avó com carinho e alegria,
tomar o serviço de casa para si quando o outro está exausto,
contar uma estorinha sem pressa ao pé da cama do pequeno,
antes de expor um problema no relacionamento
buscar em si a solução,
buscar em si a solução,
não gritar, não brigar, não agredir quando o outro está frágil,
respeitar as ideias alheias mesmo que nos pareçam bobas,
sentar para ver um por de sol ou a lua juntos,
balançar a rede ou o carrinho ou o balanço sem pressa,
responder as perguntas mais triviais como se fossem de ouro,
realmente estar presente, se permitindo estar ali.
Aconchego é a arte de existir em totalidade,
da forma mais humana e bondosa possível.
San, 30/08/2015