Eu sou a velha Oliveira
eu não morro
para desaparecer
tenho que ser arrancada
a força do chão.
Sou entranhada na vida,
na beleza da vida,
na força da vida,
dando frutos
enquanto existir.
Passo por estiagens,
tempestades,
incêndios,
doenças,
abandono,
pragas,
mas vou afundando
mais e mais
minhas raízes na terra.
É assim que eu sobrevivo
e será assim também
que continuarei existindo
mesmo depois
de rachar ao meio
e parecer um nada.
San, 24/08/2015