Essa é a forma breve da nossa vida,
nada mais do que uma marca na areia
pronta para ser desfeita pelo vento
ou tragada pelas ondas do mar.
Cegamente apaixonados pela ilusão
sofremos por esse breve momento,
irredutíveis tentamos segura-lo,
e voltamos e voltamos e voltamos.
Giramos na roda que nos quebra,
levanta, estala, estica, nos põe em pé,
dançamos a musica dos loucos,
de olhos fechados para o mundo todo.
Então num dado momento entendemos,
é palpável, sentimos, se torna visível,
finalmente abrimos a mão
e deixamos partir aquilo que não temos.
O tempo para e uma flor se abre
pétala a pétala até se desfolhar,
respiramos a eternidade,
entra o ar, sai o ar,
entra a vida, sai a vida.
San, 23/08/2015