Nada mais poderei ser
do que sua lembrança,
pois você me prendeu
como numa aliança,
a bailar na penumbra infinita
do seu pensamento
cometendo pecados e bençãos.
Nada mais poderei ser
pois os seus chamados me dividem
e o silencio me atordoa,
e sou assim a mola propulsora
de uma uma corrente fluídica sem direção
que a alavanca da sua sensibilidade aciona
em busca de outra dimensão.
Nada mais poderei ser
e já cativa de tanto renascer
não luto ante o tragar da sua correnteza
me transmutando
para todas suas carências
e transbordando
em Perfeita Consciência.
San, 21/06/1988