sábado, 23 de agosto de 2014

Animais banais


Sua fala é pura incoerência
muitas vozes gritam através 
das suas pseudos certezas,
vozes dos antigos homens
que tentavam se proteger do caos
inventando mitos,
vozes do medo.

E esse medo que você nomeia fé,
é o medo da vida sem sentido
que embasa o onipresente vazio  
a realidade ordinária e caótica,
o fato de não haver 
explicações plausíveis.

Ouça,
somos apenas animais
como tantos que aqui existem,
nada além,
rolando nesse imenso universo.

É esse medo que anima 
sua fala desconexa e apressada,
a necessidade de existir
algo de especial
 no nosso surgimento,
uma intenção maravilhosa e unica
algo que seja mais do que 
um espermatozoide mais veloz
na perpetuação da espécie.

Você precisa se sentir mais poderoso
que as bactérias que irão lhe matar,
seu ego infantil e frágil precisa.

E assim você transfere 
a objetos materiais, 
a sacralidade e sagração
da luminosidade que não existe,
da pseudo diferença,
o mágico do seu surgimento.

No entanto você é banal,
todos nós somos banais,
ridículos seres esperando 
e negando
a morte,
cuspidos e esquecidos
 na eternidade.



San, 23/08/2014