sábado, 30 de agosto de 2014

Baby


Penso em todos os nomes
que você poderia ter...
Anay, Mathis, Soraia, Mariah...
mas nunca você levantou os olhos
a qualquer um desses nomes.

Tristeza é seu encanto,
perda é seu caminho,
fragmentação é seu poder,
libertação é seu dogma,
silêncio é sua maldição,
sexo é sua expressão,
loucura é sua arte.

Penso em você
como penso em mim mesma,
fechada nessa caixa pequena 
e escura,
essa prisão de conceitos,
essa educação de mentiras,
essas ferramentas de tortura,
e desejo que tenha encontrado
a sua forma particular de ser.

Eu ainda não encontrei,
não encontrei nada 
a que pudesse me agarrar
quando os tornados
vem até mim.

Sou constantemente despedaçada,
sangro todas as noites,
profusamente,
e ai levanto de manhã
e tenho que ter vida.

Mas olho sua imagem
capturada naquele distante
instante
e sei que você foi,
foi algo tão forte
e real
que chegou
até mim.

28/08/2014