De noite mantenho
meu coração puro,
como um fiel cão
dormindo ao seu lado,
confiando no seu cuidado,
entregue ao nosso destino.
Eu nasci velha,
você cresceu ao contrário,
e pelas bordas
dos mundos paralelos
nos víamos entre as fagulhas
espalhadas pelo vento,
seu coração ardia pintando,
e o meu soprava poesia.
Quantas vezes teremos ainda que nascer?
Quanto mais teremos que morrer
para capturar a vida?
San, 04/11/2014