Fiz tudo errado,
amei
quem deveria desprezar,
ignorei
quem poderia me amar,
lutei muito
por coisas passageiras,
acreditei
em idéias insignificantes,
abandonei
caminhos promissores,
andei por ruelas escuras
com pessoas raivosas
e inseguras.
Queria amor
mas criei dor,
queria conhecimento
mas busquei
prazeres rápidos,
queria sentir
que existe um chão
para me apoiar,
um chão que não vibra
e gira todo tempo,
mas afirmo o tempo todo
que tenho asas
e não preciso de conforto.
E olhando agora
o mapa do meu corpo,
tão marcado por linhas de angustia
e ansiedade,
não encontro meu norte,
não vejo fronteiras,
não sei mais de onde venho
e para onde poderia ir,
do nada para o nada pareço seguir,
do engano para o desespero
assim
é a estrada,
fiz tudo errado.
San, 19/03/2009