quarta-feira, 24 de abril de 2013

N.D.A.


Fiz tudo errado,
amei 
quem deveria desprezar,
ignorei 
quem poderia me amar,
lutei muito 
por coisas passageiras,
acreditei 
em idéias insignificantes,
abandonei 
caminhos promissores,
andei por ruelas escuras
com pessoas raivosas 
e inseguras.

Queria amor 
mas criei dor,
queria conhecimento 
mas busquei 
prazeres rápidos,
queria sentir 
que existe um chão 
para me apoiar,
um chão que não vibra 
e gira todo tempo,
mas afirmo o tempo todo 
que tenho asas
e não preciso de conforto.

E olhando agora 
o mapa do meu corpo,
tão marcado por linhas de angustia 
e ansiedade,
não encontro meu norte, 
não vejo fronteiras,
não sei mais de onde venho 
e para onde poderia ir,
do nada para o nada pareço seguir,
do engano para o desespero 
assim
é a estrada,
fiz tudo errado.


San, 19/03/2009