Vou fazer mil barquinhos de papéis
com minhas poesias.
Será que me enxergará?
Será que chegará o dia?
E o amor será mais
do que lampejo,
desejo construído
e destruído
dia a dia
pelo pensamento.
Será que ventará?
Será hoje o dia?
Vou fazer mil perguntas
para o papel.
Será que você escutará?
E me responderá um dia?
Hoje acordo
comendo solidão,
digerindo tardes frias,
sonhando sempre
com as suas mãos
num abraço suave,
num espaço seguro,
nesse nosso mundo,
nesse hoje-agora.
Será que chegará?
Será que apoiará
e desejará
e entenderá
tamanho amor?
San, 21/02/80