Hoje,
ano 1982,
pega sua veste cor da terra,
surrada,
seu caderno de orações,
sei sino,
seu incenso e rosário.
Hoje,
ano ritmo,
dos nêutrons,
calça sua sandália de pano trançado
com sola de pneu,
guarda entre seu manto
uma xícara para o chá,
um bocado de tsampa.
Prende seu cabelo num rabo
com uma fita dourada,
faz a marca vermelha viva
na testa,
um chumaço de negro
nas pálpebras.
Hoje,
valentemente
ano ano
dos frios
e concretos
1982
renasce Sidarta
sem data.
San, 12/01/1982