A chuva cala
a voz rouca e triste
da secura constante
e sorrisos brotam
da barriga.
É hora de colocar
café para ser coado,
pão de queijo para assar,
cortar pé de moleque.
É hora de viver
a vida que estava
em ritmo de espera
pelas gotas gordas
que descem do céu.
E os cachorros correm
pelo quintal molhado,
comem mato fresco,
fazem patas no barro,
do seu jeito comemoram
a vida que continua,
a vida sem medo,
a vida com água.
Então eu me sento
na velha cadeira de praia,
molinete na mão
lanço a linha para o alto
pescando nuvens,
outros dias,
esperança.
San, 06/02/12