domingo, 19 de junho de 2011

Big B


Me lembro
um dia fui fragmento
mesmo assim era tantas.

Não havia em mim 
descontentamento,
solidão, medo ou inércia.

Era pacifica partícula,
nunca inerte,
viajando em todas as direções,
chegando ao mesmo tempo
ao ponto de partida.

Agora não me reconheço,
espelhos não me servem,
não me alcanço
apesar de estar aqui.

Não sei o que me tornei
ou o que fui tornada.
em corpo e alma
em mente e ilusão.

Apenas isso,
somente aquilo,
sozinha,
fim.


San, 19/06/11

Me estenda a mão



O tempo é meu flagelo
e todo seu corpo me diz NÃO.

No entanto acredito apenas
na ilusão dos amantes,
em que o mundo real
fica atras da porta.

Eu não posso sair desse ninho
sem me destruir,
lhe imploro.

Me estenda a mão
me estenda a mão
me estenda a mão

Eu cai de tão alto
para o mais profundo.

Tudo em mim esta quebrado
só lhe peço 5 minutos
antes do sol sair.

Mais um pouco, 
mais um dia, 
mais uma palavra,
me estenda a mão.

Não é pouca coisa para se redimir
muita coisa para carregar
tantas vidas para se lembrar
tanta agonia para curar.



San, 01/06/11

ABSURDOS ABSOLUTOS


Quem presta é prestativa.


Se presta a cada coisa esta criatura !

A cuidar da vida dos outros,
gente que nem sabe que precisa
de um cuidador.

Esta sempre disponível
até para completos estranhos
que acham isso tão exótico
que se divertem abusando
do espaço oferecido.

Gente que presta é tola,
só quer enxergar a pureza interior,
acha que o amor constrói
uma ponte, uma solução, uma resposta.

Que coisa besta ser prestativa !


Perdendo tanto tempo
em agradar, agradecer, agraciar, acalentar,
esses malditos "As"
que já são coisa do passado,
ninguém espera mais nada além
da ignorância conhecida.


Mas gente que presta
acredita em evolução,
em educar pelo exemplo,
em demonstrar novas possibilidades,
acha que seus atos prestativos
abrem portas da mente dos outros.

Gente que presta é bem cega,
precisa de um grande óculos
daqueles com lente de fundo de garrafa
para enxergar o fundo a que chegamos.

Não presta ser gente que presta!






San, 19/06/11

sábado, 18 de junho de 2011

Primavera


Eu não nego ou rejeito o amor,
nem sou tão fria e seletiva
como me julga.

Não me entenda mal
apenas somos 
de especies diferentes.

O auto conhecimento
traz a voz da natureza viva
e ela se encarrega de mostrar
o que é inadequado.

Então agora não vejo porque deveria 
cometer um erro tão básico,
me enamorar de alguém
de outro mundo.

O que iriamos compartilhar,
trocar, buscar juntos ?

Você não sabe o prazer de deitar
numa folha fresca na primavera.




San, 17/06/11

Dis cor dea cor de


Quase crase,
resquício da diáspora,
vaga uma mulher livre
na minha imaginação.

Ela não procura lógica,
sentimentos circunflexos,
apenas desatar nós
dos sentimentos.

Segura uma grande tesoura
e nas tardes solitárias
vai cortando minhas
balanças-amarras.

E eu me solto
apavorada-livre-insana
caindo entre textos decorados
vorazes comedores
da criatividade.

Quebrando regras
de linguagem,
as mentiras de homens geniais,
vislumbro um alguem vivo,
feliz, completo, não magoado.

E continuo a cair
do nada ao nada,
até calar
vozes-educação-conceitos,
me refaço apenas cor,
luminosidade.

San, 18/06/11



Concordância nominal


És uma vagabunda!

E merece saber 
que me quedo ao seu valor.

São poucos os que reconhecem
quanto são necessárias 
as vagabundas
em nossa sociedade.

Alguém que mereça
nossa língua ferina 
e insaciável.

Lava pura,
queimando outros
no inferno que idealizamos.

As vagabundas,
objetos da arte profana
que buscamos
na nossa ânsia de morder,
erguer, soltar, destrinchar.

Todas as coisas
que os lobos selvagens
bem fazem.

Alvos escarlates
que dançam a nossa frente,
abusadamente presentes,
plenamente vivas.

És uma vagabunda !

Nunca sera esquecida
na sua desdita,
em milhares de anos
seu nome ainda será pronunciado

Pouco lembradas as santas,
desapercebidas as justas,
esquecidas as boas,
ignoradas as certas.

És imortal.

Na sua indecência carrega
nosso DNA original.


San, 13/05/11

CATACRESE


Fragmento-me.

O verbo tem que delirar!

Esmiuçando
aquilo que não fui
e não serei,
penso ser
e quisera,
não quis
e acabei sendo,
fica o que ?

Pobre quimera.

Fragmento-me.

O verbo obliquo
indelicado,
perverso de ser conjugado,
mais ainda ser
carregado.

Fragmento-me.

Qual o sentido
de todas essas regras,
educação-aprisionamento?

O verbo tem que delirar !



San, 18/06/11

Bonjour tristesse !!!!



Não uso mais marcador de paginas,
apenas abro num lugar qualquer

e me deixo envolver.


Parece tão mais fácil !

Tem dias que possivelmente 

estou lendo a mesma parte de outro dia,

mas tudo me parece novo de novo,
e assim eu vou.

É uma roleta russa !!! 

A vida é um amontoado
de paginas já lidas
que tentamos dar novo significado.

As verdades são verdades
mastigadas e cuspidas,
vem com a saliva do animus
dos grandes homens publicos
que eram tão pequenos na vida intima.

Todos são iguais perante a tristeza !

Tome essa como unica certeza.
A igualdade da dor, da separação, do vazio,
igualmente pardos, contidos, abandonados.

Não uso mais marcador de páginas, 
virei dessas pessoas 
que se arriscam por quase nada
e se abstraem em quase tudo.



San, 17/06/11

PURE


As palavras e os significados
não precisam mais ser comparsas, 
ter destinos semelhantes.


As nuvens navegam nesta noite 
tão clara, tão calma, tão silenciosa,
uma noite aparentemente sem dor.


Então eu o busco num suspiro.


Se lembra quando suspirávamos juntos ?


No mesmo ritmo, com a mesma força ?


Sempre estivemos juntos no imponderável,
mas mesmo lá regras existem,
parece ser assim.


As nuvens se desenrolam
dos lençóis do dia,
tiram as meias com os pés,
esfregando um no outro,
elas não temem o frio,
são seres da madrugada.


Você é um Ser de alguma coisa ?


Eu serei algo no seu Ser ?


Seremos juntos num dia, uma noite,
uma virada de tempo
ou é apenas outra história que lhe conto
para eu mesma dormir ?


E as nuvens encantadas murmuram
segredos milimétricos de nós dois.





San, 18/06/11

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mister B


Tantas coisas 
quero lhe falar,
mas talvez nosso tempo 

seja tão pouco.

Seria melhor agora 

conter tudo num sorriso,
daqueles que se estendem 

face a face
até entortando a boca 

de tão bom.

Então receba meu sorriso
ele se abre como uma pétala de flor
cada vez que eu vejo seu nome na tela
leio seu blog ou ouço sua voz ao telefone,
pois é esse o efeito de verdadeiros amigos,
eles trazem a primavera.

Tantas coisas já passamos 

juntos e separados,
coisas que não sei sobre você
e talvez sejam importantes nem saber.


A unica garantia 

é que terá sempre 
meu abraço,
mesmo de longe,
minha energia contida 

entre as mãos 
num Reiki de lembrança,
sua fotografia encimada 

a muitos pedidos de felicidade.

Gostaria de saber muitos idiomas
inclusive o do seu coração,
mas no momento 
controlo apenas um 

A ADMIRAÇÃO.

ADMIRAÇÃO por você persistir 

no caminho do bem,
apesar de tanto mau banal 

que nos circundam.

ADMIRAÇÃO de ouvir sua risada
quando muitas vezes 

a panela esta vazia 
e a conta estourada.

Principalmente 
ADMIRAÇÃO 

de continuar trilhando um caminho 
nem um pouco fácil
mas continuar seguindo,
e as vezes contando estrelas,
parando para orar.

Então é isso,
tantas coisas 
eu vejo 

de lindas em você.

Espero que um dia 

essa minha tela mental se agigante
e você assista 
o filme-comédia-épico-com-final-feliz
da nossa vida.

Te amo...sempre....muita paz !


San, 10/06/2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

PAZ


Do alto tudo é mais tranquilo,
todas as pessoas são apenas
pequenos pontos 
que se aproximam
ou se distanciam
sem qualquer conceito.

Casas, prédios, avenidas
são apenas caixas e linhas,
carros são figuras geométricas
em movimento.

Nada faz doer, sofrer,
paralisar ou duvidar.

Quisera estar agora voando,
me deslocando da obscuridade
das massas urbanas
para a imensidão do deserto,
amplo, claro, agreste,
onde cada oportunidade
é de vida ou morte,
e cada habilidade sustenta
a sobrevivência.

Muitos sóis eu já vi
surgindo por trás 
dos espigões,
quisera estar agora 
olhando o céu rosado
aberto e definido,
onde mora meu coração.



San, 07/06/2011

Especialmente hoje


Especialmente hoje 
me pergunto:


Quão diferente seria 
se tivesse ficado com você?


Teria tido todas aquelas 
pequenas-grandes-doenças?


Será que teria desistido 
da faculdade 
tão facilmente?


E os filhos, quantos seriam?


Já teria minha casa, meu sitio?


E meu corpo? 
Seria essa desordem triste 
e macilenta?


Com certeza 
mais do que acrescentar
você muito mais me tiraria.


Tiraria de mim os medos 
de viver plenamente,
a negação em expor e usar 
minha criatividade,
minha realidade interna,
tiraria a confusão 
que existe todo dia,
tic taqueando dentro de mim.


Só de NÃO SER, NÃO TER 
e NÃO SENTIR tantas coisas
eu já seria feliz, 
imensamente feliz.


Mas acontece que sou triste,
estranhamente triste,
de uma tristeza contida,
uma tristeza escondida 
para não dar explicações,
detalhes, circunstâncias.


Então fico abraçada 
em minha imensa tristeza,
ninada pelas coisas 
que não tenho.


Porque acredito 
que tudo que vivo,
sinto, realizo, sofro 
e experimento agora
é somente consequência 
de não ter você.





San, 09/06/2011