Estou na poesia
só na poesia
e nos outros momentos
sou aquilo que me pendem
ou presumo
Passo entre fantasmas
e assumo suas vidas
dores, expectativas, valores,
idiossincrasias, tiques, postura
E depois sou cuspida da forja
tonta volto aquilo que nem sei se sou
ou se isso também tomei de alguém
algum dia
e nunca mais devolvi
Então me monto em letras
erradas certas inseguras tortas
indicativas confusas vivas e mortas
com a minha mão coração métrica
Estou na poesia
enfim
e fim
San, 29/12/2016