quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Poesia Enfim



Estou na poesia
só na poesia
e nos outros momentos
sou aquilo que me pendem
ou presumo


Passo entre fantasmas

e assumo suas vidas
dores, expectativas, valores,
idiossincrasias, tiques, postura


E depois sou cuspida da forja 

tonta volto aquilo que nem sei se sou
ou se isso também tomei de alguém 
algum dia
e nunca mais devolvi


Então me monto em letras

erradas certas inseguras tortas 
indicativas confusas vivas e mortas
com a minha mão coração métrica


Estou na poesia

enfim
e fim



San, 29/12/2016