Nem sempre as coisas funcionam bem,
fazem o que devem fazer,
tem sentido, se mantem,
ajudam o que devem ajudar,
não atrapalham naquilo que temos que fazer.
Nem sempre o corpo aguenta,
o tempo ensina,
os bons sentimentos estão ali presente,
as coisas parecem coerentes,
as atitudes são diretas e
contundentes.
Nem sempre o bolo cresce,
a palavra de conciliação desponta,
o fermento dá conta,
a contabilidade é exata,
a leitura renova e esclarece,
a descoberta liberta e acrescenta.
Nem sempre a resposta vem na lata,
o coração entende a mensagem,
o antigo respeito se manifesta,
a corrida interrompe
para acolher e ouvir o outro,
a mão se estende na ajuda.
Nem sempre a coisa muda,
toma outra direção,
refaz sua intenção,
e ai o cansaço vence,
vem a dor chata e persistente,
os olhos coçam e embaçam,
vem a raiva, a impaciência, a solidão intrusa.
Mas nem sempre o dia é triste,
sem cor, sem motivação, sem magica,
as vezes é pleno, surpreendente, ritmado,
cheio de musica, dança, pães que crescem,
amigos que telefonam, noticias que aquecem,
nem sempre existe um culpado.
San, 29/12/2010