sexta-feira, 29 de abril de 2022

Fantasmas famintos

 



Eu sempre vou a extremos

em busca do meu coração

e intensamente me machuco

ao romper os limites


Todos estão dormindo

em sonhos pré fabricados

enrolados nas mantas 

das ilusões parceladas


Acordada e sozinha

chuto latas pelas ruas

e os poucos que encontro

tem seus olhos vazados


Não estou aqui 

para curar feridas

e o vento pode bater

nos meus osso expostos


Não estou aqui

para buscar abrigo

se nem em mim mesma consigo

encontrar zelo e conforto


Eu vou a extremos

em busca do meu coração

que um dia foi brinquedo

de muitas más mãos


Eu quero extipar 

essas sombras poderosas

que tentam se apropriar

da força do meu nome


Carrego a maldição

 da qual morro de fome 

busco desesperada 

o amor

que não existe




San, 29/04/2022