terça-feira, 2 de dezembro de 2014

De dia


Um dia guardei as palavras
num saquinho de bala vazio
lacrei para que não mofassem
e as coloquei em baixo da cama.

De noite 
deitada na cama
as ouço murmurando
respirando, soluçando, 
batendo no fecho da sacola
e falando palavras mágicas.

De dia também fico na cama
mas não ouço nada,
de dia some o saco de balas,
as palavras evaporam,
de dia meu coração não canta.


San, 26/11/2014