Quero meu corpo, mente, espirito,
conectado e presente a toda criação,
e não aprisionado
em pequenas caixas brilhantes
que tocam musicas
e carregam palavras
de seres distantes e distintos,
atordoados e inconscientes
do movimento de toda vida.
Não sou uma pessoa tecnológica
mantenho com a vida uma relação analógica,
curiosa, apaixonada, festiva, anacrônica,
que necessita do toque,
odor, sabor, profundidade,
percepção em todas dimensões,
experiência direta em tempo real.
Não posso mastigar pela boca alheia,
sentir a textura a mil quilômetros,
vibrar com as fibras de outro coração,
entender por outra mente,
realizar por outras mãos.
Não sou uma pessoa do mundo
sou uma pessoa para o mundo,
para o vasto mundo
que aguarda ansioso
corajosos e destemidos andarilhos
de forma presente,
corpo, mente, espirito,
sem garantias,
sem guias,
novos desbravadores.
San, 30/10/2014