São mãos poderosas,
redatores de conceitos,
criam ondas concêntricas
que empurram o cotidiano.
Salvam, matam, curam,
abrem gaiolas,
apertam o torniquete,
um burburinho
de fonemas néscios,
silabas improprias,
dentes se arranhando.
Me calo,
não tenho língua
músculo, palato,
paladar agridoce,
vontade de morder a carne.
Me calo
a palavra é musica
e quero um doce exalo
não um urro,
uma unha quebrando
numa carne dura.
Quero a boca pura,
calada,
meticulosa
quieta.
San, 01/10/11