sábado, 10 de setembro de 2011

ARUANDA


Nego Véio tá falando,
dá conta de escuta,
porque quando Nego fala
tem coisa pra apreciar.

Nego Véio não é bobo
entende de amarração,
patuábanhos de ervas,
pomadas, forte oração.

E quando o Nego chega,
sempre vindo de mansinho,
o piteiro se acende,
e eu juro que é sozinho.

Das pousadas do seu corpo,
de tudo quanto que é vida,
Nego aprendeu sozinho
o preço da sua lida.

Sem medo Nego sorri
pois tudo que recebeu
agora passa para os filhos,
até os que nem nasceu.

E na hora da despedida
Nego canta sua canção,
da estrada bonita,
de Senhora da Conceição.



San, 10/09/11