Estou cansada dessa vida
vida ardida e preterida
machucada e ferida
rolando nas pedras
do profundo desencanto
caindo no chão do espanto
Sem saber como levanto
e sem querer tal esforço
para suster esse tanto
de vida inútil de encosto
Não dá mais
essa sina
assassina
Não há mais
essa vida
desvalida
Eu nasci num parto prematuro
no seu coração impuro
para uma vida imperfeita
sempre morando na sarjeta
faminta e desfeita
e levando todos os murros
dos passados absurdos
Não dou mais
para carregar
essa sina
Não dou mais
para suportar
essa vida
E saindo dos preâmbulos
dessa vida de sonâmbulo
para alcançar o fim dessa pagina
enterrar todos os mitos
descartar todos os vícios
terminar esse ciclo
San, 17.02.24