sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O fim da pagina

 


Estou cansada dessa vida

vida ardida e preterida

machucada e ferida

rolando nas pedras

do profundo desencanto

caindo no chão do espanto


Sem saber como levanto

e sem querer tal esforço

para suster esse tanto

de vida inútil de encosto


Não dá mais

essa sina

assassina


Não há mais

essa vida

desvalida


Eu nasci num parto prematuro

no seu coração impuro

para uma vida imperfeita

sempre morando na sarjeta

faminta e desfeita

e levando todos os murros

dos passados absurdos


Não dou mais 

para carregar 

essa sina


Não dou mais 

para suportar

essa vida


E saindo dos preâmbulos

dessa vida de sonâmbulo

para alcançar o fim dessa pagina

enterrar todos os mitos

descartar todos os vícios

terminar esse ciclo



San, 17.02.24