Desde que o branco aqui chegou
sempre se apropriou
daquilo que não lhe pertence
Uma corja de Portugal
fugida dos seus mazelos
veio criar aqui
mais um novo
podre império
E de caixinha em caixinha
desde a época de Caminha
aquele que paga por cima
fica com nome e registro
de uma terra desconhecida
Em 07 de junho de 1494
honoráveis bandidos
dividiram o planeta
de um lado fica o diabo
do outro o seu cortejo
Até agora nada mudou
esse povo indecente
aqui se faz contente
com tanta oportunidade
de roubo
E matam com toda presteza
quem protege a natureza
gente pobre, índio, quilombola
ecologista, pastoral da terra,
cinegrafista que mostra
essa rudeza
Não aguento mais tanta farsa
e tanta gente desavisada
egoísta e imprecavida
que faz da sua vida
o motivo do choro
do outro
Que morram
esses tais humanos
de preferência
todos os politicos,
madeireiros, donos de banco,
empreiteiras, mineradoras,
grandes corporações,
ideólogos da agro indústria
enfim mate os brancos
para desanuviar
tanto dano
San, 09/05/2020