quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

De mais ninguém



Meu espírito passa muito tempo volitando
em paragens onde minha mente não alcança

e me cansa estar aqui sozinha em corpo morto
enquanto elas viajam por tantas dimensões

queria lhe oferecer algo com substancia
no entanto agora são os restos que me comovem
puro veneno e depois um engov

agora sou daquelas pessoas perdidas 
que não podem mais ser encontradas
e muito menos feridas

agora sou daquelas pessoas estranhas
que não podem ser mais entendidas
e muito menos seguidas

Sua admiração me faz sentir mal por você
o seu jeito tacanho me lembra de um tempo
em que muitos de nós habitou

agora sou daquelas pessoas fedidas
que reclamam para levantar da privada
da cama, da cadeira, da mente 

agora sou daquelas pessoas
de mais ninguém


San, 05/12/2019